Wednesday, August 10, 2011

E se fosse em Portugal?

O investigador na área da segurança e professor universitário José Vegar defendeu que os motins em Inglaterra podem estender-se a outros países europeus, incluindo Portugal! "Estão criadas as condições para que as contestações se alastrem" porque "a base da pirâmide demográfica (dos desempregados e sem qualificações) é dominada por jovens, entre os 16 e os 25 anos, logo a propensão para haverem problemas é muito grande". Em certas áreas urbanas das grandes cidades, nomeadamente "as periferias das cidades de Lisboa, Setúbal, Porto as probabilidades (de manifestações) são grandes", e não é só por uma "questão de austeridade, dificuldade do mercado de trabalho e do emprego", porque "já não é possível o estado social cobrir todas as funções que antes cobria". Vegar afirmou também que uma das "principais reivindicações é que querem emprego, querem protecção, (mas) isso acabou e já não há", tendo as "pessoas de se qualificar, para terem mais acesso. A "cultura profissional e laboral dominante em Portugal é a de ter direito" e "por muitas qualificações que as pessoas tenham hoje em dia, o acesso ao emprego não é automático, só os melhores vão ter acesso", o que aumenta a probabilidade de contestações e problemas sociais. No caso inglês, "há uma extrema tolerância pelos pensadores, especialistas e académicos classificando os acontecimentos de movimentos sociais", o que é na óptica do "totalmente absurdo", porque os contestatários estão a "roubar, pilhar, e a destruir indiscriminadamente". Conclui dizendo que a "única acção a tomar é a da lei", sendo "interessante observar" a actuação policial em Inglaterra em que "durante os primeiros dias procederam em contenção", estando já "numa táctica de força e de intervenção", com o modelo de actuação a "provocar danos colaterais".

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